CRISE CLIMÁTICA PROVOCA INCÊNDIOS, ONDAS DE CALOR E PERDA DA BIODIVERSIDADE

CRISE CLIMÁTICA PROVOCA INCÊNDIOS, ONDAS DE CALOR E PERDA DA BIODIVERSIDADE

Dois mil e vinte é um ano decisivo para os tomadores de decisão que lidam com as emergências climáticas e seus efeitos sobre a biodiversidade, assim como para a humanidade como um todo, que precisa prestar atenção nos impactos do aquecimento global sobre os sistemas planetários. O ano terá dois grandes eventos, conhecidos como “conferências das partes”, sobre a biodiversidade e o clima. Na conferência sobre biodiversidade, as partes chegarão a um acordo e apresentarão um novo conjunto de metas de proteção da natureza para a próxima década.

Biodiversidade e ecossistema

Uma série de documentos científicos recentes, e principalmente o relatório da Plataforma Intergovernamental Político-Científica de Biodiversidade e Ecossistemas de 2019, afirmou que espécies de plantas e animais estão morrendo a taxas nunca antes vistas e que, apesar de todos os esforços, as temperaturas globais estão subindo.

No início de 2020, grandes incêndios florestais, como os da Austrália, foram noticiados. “Embora os incêndios florestais possam fazer parte de alguns ecossistemas, as mudanças climáticas induzidas pelos seres humanos os tornam mais frequentes, maiores e mais generalizados”, diz Pascal Peduzzi, diretor do Banco de Dados de Informações Globais do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

“O aumento dos incêndios florestais tem um duplo impacto na biodiversidade e no clima”, afirmou Peduzzi. Que também é gerente de programa da Sala de Situação Mundial do Meio Ambiente do PNUMA. Nos incêndios florestais no sudoeste da Austrália, mais de 1 bilhão de animais foram mortos. Muitos ficaram feridos e enfrentaram falta de água e alimentos.

Altas temperaturas

Um relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas de 2018 apontou que clima da região está mudando. “A região continua demonstrando tendências de longo prazo em direção a temperaturas mais altas do ar e da superfície do mar. Mais calor extremo e menos de frio extremo e mudanças nos padrões de precipitação.”

“Nos últimos 50 anos, o aumento das concentrações de gases de efeito estufa contribuiu para o aumento da temperatura média na Austrália e na Nova Zelândia. Além disso, causou a diminuição das chuvas no sudoeste da Austrália.”

A crise climática já chegou e está piorando. O Relatório sobre a Lacuna de Emissões de 2019 do PNUMA alertou que, a menos que as emissões globais de gases de efeito estufa caiam 7,6% ao ano entre 2020 e 2030, o mundo perderá a oportunidade de seguir o caminho da meta de temperatura de 1,5°C do Acordo de Paris.

Incêndios generalizados

A Austrália não é o único país a registrar incêndios graves recentemente. Incêndios florestais generalizados ocorreram nos últimos anos em florestas na Indonésia, em Portugal, na Califórnia e até no Ártico.

“Prevê-se que os incêndios aumentem em muitas regiões do mundo sob um clima em mudança. Reduzir as emissões de gases de efeito estufa relacionados à floresta é essencial para mitigar as mudanças climática”, diz Johan Kieft, especialista em ecossistemas e incêndios florestais do PNUMA. “O setor florestal oferece um potencial significativo para mitigação das emissões de gases de efeito estufa”, acrescenta ele.

Redução de emissões

Para aproveitar esse potencial, as partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima desenvolveram a abordagem Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD+), fornecendo incentivos para os países reduzirem as emissões do desmatamento e degradação, gerenciar florestas de forma sustentável, conservar e melhorar a estocagem de carbono florestal.

“Os impactos das mudanças climáticas nos incêndios florestais foram amplamente negligenciados nas negociações para o REDD+”, diz Kieft. “Eles são o elo que falta nos planos dos países para conter o aquecimento global”.

Gerenciamento integrado

O que precisamos fazer, diz Kieft, é levar em conta nesses programas o gerenciamento integrado de incêndios, incluindo as contribuições nacionalmente determinadas, estabelecidas na Convenção. A biodiversidade terrestre do mundo está concentrada nas florestas: elas abrigam mais de 80% de todas as espécies terrestres de animais, plantas e insetos. Assim, quando as florestas queimam, a biodiversidade, da qual os seres humanos dependem para sua sobrevivência a longo prazo, também desaparece.

De incêndios e secas severas, como as que estão ocorrendo no Zimbábue, às ondas de calor marinhas que estão causando a destruição em massa de corais, com mais de um milhão de espécies atualmente em extinção, os eventos climáticos extremos tornaram-se um motivo de preocupação crescente para a sobrevivência das espécies.

Fonte: ONU

1 Comment

  1. […] ligados às mudanças climáticas. Para executar seu papel perante o quadro e também cumprir o Acordo de Paris, a Prefeitura de São Paulo elabora, até o fim do semestre, seu primeiro Plano de Ação […]

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